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Cuba enfrenta uma grave crise após um apagão generalizado que se estendeu por quatro dias, levando milhares de cidadãos a tomarem as ruas em protesto contra a falta de eletricidade, água e alimentos.
A falha na usina termoelétrica Antonio Guiteras, considerada a mais crucial do país, deixou milhões de cubanos no escuro. O furacão Oscar, que atingiu a ilha no último domingo, agravou ainda mais a situação, trazendo ventos fortes e chuvas torrenciais.
No bairro de Santo Suárez, em Havana, a indignação popular se manifestou em panelaços e bloqueios de ruas. “Quatro dias sem eletricidade é um abuso. Nossos alimentos estão apodrecendo”, desabafou Mary Karla, mãe de três filhos, expressando a angústia que permeia as comunidades afetadas.
O governo de Cuba em crise e a tentativa de desvio de atenção
Os protestos não se limitaram à capital; Santiago e outras cidades também testemunharam manifestações. Em resposta, o governo cubano tentou desviar a atenção dos problemas internos, responsabilizando os Estados Unidos pelas agitações.
O presidente Miguel Díaz-Canel acusou os “inimigos da Revolução” de instigar os protestos, enquanto convocou o representante americano em Havana, Benjamín Ziff, para uma reunião de consultas.
Contudo, a acusação foi rapidamente rebatida por Washington, que a classificou como “absurda”. A verdade é que os protestos refletem uma insatisfação crescente com as condições de vida em Cuba, onde a escassez de luz, água e comida se tornou uma rotina angustiante.
A situação em Cuba, sob um regime comunista por 65 anos, é resultado de uma sequência de fracassos econômicos e de uma gestão ineficaz. Desde a Revolução de 1959, o governo de Fidel Castro e seus sucessores têm enfrentado crises sem precedentes, exacerbadas pela dependência de aliados como Venezuela e México.
A estratégia de culpar os EUA pelos problemas internos é uma tática antiga utilizada pelo governo cubano para ocultar suas próprias falhas.