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Uma disparidade significativa surgiu entre os dados do Banco Central e os divulgados pelo Ministério da Fazenda, com um rombo nas contas do governo R$ 40 bilhões superior ao valor anteriormente anunciado.
O Banco Central revelou que o déficit fiscal é R$ 39,7 bilhões maior do que o estimado pela Fazenda até julho, intensificando a divergência entre as duas instituições.
Essa discrepância tem raízes na abordagem adotada para calcular o resultado primário. Historicamente, Banco Central e Tesouro usaram metodologias distintas, mas a diferença, antes pequena, agora é marcante.
Um fator crucial é a incorporação de R$ 26 bilhões deixados por trabalhadores nas cotas do PIS/Pasep, que foram incluídos pelo Tesouro no resultado primário em setembro passado, após a aprovação da PEC da Transição no final de 2022. Essa manobra, que contou com o apoio do Congresso, foi uma tentativa de melhorar os dados fiscais de 2023.
O projeto de desoneração da folha de pagamentos, apoiado pelo governo e aprovado pelo Congresso, também contribui para a ampliação das divergências. As diferentes abordagens na contabilidade fiscal destacam a necessidade de maior transparência e consenso entre as instituições financeiras do país.