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Na terça-feira (27), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, rejeitou o pedido da defesa de Eduardo Tagliaferro para que o ministro Alexandre de Moraes fosse impedido de relatar investigações envolvendo o ex-assessor.
Tagliaferro, que atuou sob a supervisão de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições presidenciais de 2022, teve seu pedido analisado por Barroso, que argumentou que não havia evidências claras de qualquer causa que justificasse o impedimento de Moraes, conforme exigido pela legislação vigente.
Eduardo Tagliaferro alegou que Moraes iria agir por interesse e não em favor da lei
A defesa de Tagliaferro havia solicitado o afastamento de Moraes alegando possíveis conflitos de interesse. Essa solicitação surgiu após Moraes ter ordenado um mandado de busca e apreensão contra Tagliaferro, em decorrência de um inquérito aberto para investigar o vazamento de mensagens trocadas entre o ex-assessor e o desembargador Airton Vieira, que também atua no gabinete de Moraes no STF.
As mensagens, publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo, mostraram que Vieira havia solicitado relatórios a Tagliaferro sobre atividades nas redes sociais relacionadas a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Esses relatórios foram posteriormente utilizados para decisões de Moraes, como bloqueios de perfis nas redes sociais. No entanto, algumas das decisões de Moraes não mencionaram que os relatórios foram produzidos a pedido do próprio ministro.
Em resposta às acusações de ilegalidade, o gabinete de Moraes divulgou uma nota desmentindo qualquer conduta irregular. O ministro afirmou em sessão plenária que não havia nada a esconder.