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O Carrefour, uma das maiores redes de supermercados do mundo, decidiu boicotar a carne produzida no Mercosul, afirmando que os produtos sul-americanos não atendem às exigências e normas sanitárias exigidas pela França.
A decisão foi divulgada pelo CEO da empresa na França, Alexandre Bompard, em uma carta endereçada ao presidente da FNSEA, a Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores da França.
O executivo afirmou que a medida visa apoiar a produção local e aliviar a pressão sobre os produtores franceses, que estariam enfrentando dificuldades devido à concorrência com produtos importados mais baratos.
A decisão do Carrefour e o impacto na indústria agrícola
Em sua carta, Bompard anunciou que, a partir daquele momento, o Carrefour na França não comprará mais carne do Mercosul, uma medida que, segundo ele, busca fortalecer a indústria agrícola francesa. O CEO também indicou que espera que outros agentes do setor agroalimentar sigam o exemplo da rede, criando um movimento mais amplo de apoio à carne de origem francesa.
No entanto, a medida atinge exclusivamente as lojas da rede Carrefour na França. Outras filiais internacionais, incluindo aquelas em outros países da Europa e do Mercosul, não serão afetadas. A decisão gerou uma onda de críticas, especialmente no Brasil, onde o setor agropecuário se vê diretamente atingido pela escolha do Carrefour de cortar suas compras de carne sul-americana.
A resposta do governo brasileiro
Em resposta ao boicote do Carrefour, o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil (Mapa) se manifestou por meio de uma nota oficial, refutando as acusações de Alexandre Bompard sobre a não conformidade das carnes brasileiras com as normas sanitárias francesas.
O ministério destacou que o Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e de aves, e que as exigências sanitárias para a produção agropecuária no país seguem rigorosos padrões, o que conquistou a confiança de 160 países.
O Mapa criticou a decisão do CEO do Carrefour, classificando-a como um atitude protecionista equivocada e sugeriu que Bompard desconhece os critérios técnicos que regem a produção agropecuária brasileira. O governo brasileiro ressaltou que as carnes produzidas no país atendem a exigências sanitárias rigorosas, garantindo a qualidade e segurança dos produtos exportados.