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Na última quarta-feira (30), a Venezuela tomou a decisão de convocar seu embaixador em Brasília de volta ao país, em uma clara demonstração de descontentamento com as declarações do assessor da Presidência brasileira, Celso Amorim.
O governo venezuelano descreveu as falas de Amorim sobre uma “quebra de confiança” entre as nações como “declarações intervencionistas e grosseiras”, acentuando ainda mais a crise diplomática que se instalou entre os dois governos.
A convocação de um embaixador é considerada uma medida severa no contexto diplomático, refletindo um sinal de repreensão.
Este episódio se insere em um cenário de crescente tensão, especialmente após as recentes eleições presidenciais na Venezuela, que foram marcadas por alegações de falta de transparência e foram contestadas tanto pela oposição local quanto por órgãos internacionais.
Controvérsia eleitoral e reações do Brasil contra Maduro levaram a ação de Maduro sobre embaixador
As declarações de Celso Amorim foram feitas durante uma audiência na Câmara dos Deputados, onde o governo brasileiro reiterou a necessidade de apresentação das atas eleitorais para validar a vitória do presidente Nicolás Maduro.
Sem essa documentação, o reconhecimento da vitória pelo governo Lula continua em dúvida, exacerbando as fricções já existentes entre os países.
Na semana passada, em um encontro do BRICS em Kazan, na Rússia, o Brasil também se manifestou contra a adesão da Venezuela ao bloco, intensificando ainda mais as divergências.
O comunicado emitido pelo governo Maduro foi incisivo, citando especificamente Amorim e alegando que suas declarações constituem uma “agressão constante” que prejudica as relações diplomáticas. Além da convocação do embaixador, a Venezuela também chamou o representante de negócios do Brasil para prestar esclarecimentos sobre a situação.