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A atitude da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, de assinar um manifesto contra o corte de gastos em áreas sociais e o ajuste fiscal que está sendo preparado pelo governo Lula gerou grande repercussão negativa dentro do Palácio do Planalto.
O manifesto, divulgado no último domingo, 10, foi assinado por movimentos sociais e partidos de esquerda, como PSOL, PDT e PCdoB, e posiciona-se de forma veemente contra as medidas que o governo federal deve anunciar nos próximos dias.
Antes mesmo da assinatura de Gleisi Hoffmann no documento, o governo já observava com preocupação suas recentes críticas à equipe econômica, principalmente nas redes sociais. A dirigente petista tem se manifestado contra as propostas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e isso gerou desconforto em pessoas próximas ao presidente Lula. Para alguns membros do governo, a atitude de Gleisi causou “estranheza”, evidenciando uma divisão interna dentro do PT.
Manifesto de Gleisi Hoffmann e aliados dos PT contra o ajuste fiscal
O manifesto em questão, intitulado “Mercado financeiro e mídia não podem ditar as regras para o país”, expõe uma crítica aberta às medidas que buscam equilibrar as contas públicas, algo que o governo Lula está sendo pressionado a fazer.
O texto afirma que é necessário defender áreas fundamentais como saúde, educação, previdência e assistência social, mas também critica as altas taxas de juros e as ações do mercado financeiro que, segundo os signatários, podem prejudicar o crescimento econômico e o bem-estar da população.
O documento destaca que, apesar dos avanços do governo em áreas como emprego e renda, a estratégia de elevação das taxas de juros – uma das possíveis medidas do ajuste fiscal – vai contra o que o país precisa neste momento.
Para os movimentos sociais que assinaram o manifesto, a verdadeira solução seria mais crédito e investimentos para impulsionar a economia, especialmente nas áreas produtivas.
Com o anúncio iminente do pacote de medidas fiscais, que deve envolver cortes em várias áreas, a tensão dentro do PT se intensifica.
Gleisi Hoffmann e outros membros do partido criticam a adoção de políticas econômicas mais rígidas, enquanto setores do governo, liderados pelo ministro Haddad, defendem a necessidade de ajuste fiscal para garantir a estabilidade econômica e fiscal do país.