Ouça este conteúdo
Após a anulação dos atos da Operação Lava Jato contra Marcelo Odebrecht e Leo Pinheiro, outro delator se une à onda de pedidos de revisão.
Julio Camargo, um dos primeiros alvos da operação, protocolou um pedido ao ministro Dias Toffoli, do STF, na última sexta-feira (27), solicitando a nulidade de todas as ações movidas contra ele.
O que pede o delator da Lava Jato?
Camargo fundamenta sua solicitação nas mensagens trocadas entre procuradores da Lava Jato e o ex-juiz federal Sergio Moro, que foram acessadas e divulgadas após um vazamento realizado por hackers, durante a Operação Spoofing. Esses conteúdos têm sido utilizados por vários alvos da Lava Jato para alegar conluio e buscar a anulação de processos.
A defesa de Julio Camargo argumenta que ele foi coagido a assinar um aditivo ao seu acordo de delação, sob a ameaça de que um de seus filhos se tornaria alvo das investigações. Em seu acordo original, celebrado em outubro de 2014, Camargo se comprometeu a pagar uma multa de R$ 40 milhões. Contudo, por conta da inadimplência de parte desse valor, o aditivo firmado impôs correções e juros de 1% ao mês, homologado por Moro em outubro de 2016.
O pedido de Camargo ao STF destaca que ele foi forçado a “assinar documentos contra a sua vontade, submetendo-o a uma coação psicológica irresistível, cujos reflexos perduram até hoje”. Essa nova movimentação no cenário da Lava Jato levanta questões sobre a validade dos acordos de delação e o processo judicial que envolve os personagens centrais da operação.