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Depois das eleições cheias de fraude na Venezuela, nesta segunda-feira (5), Edmundo González, destacado opositor ao governo de Nicolás Maduro, proclamou-se o novo presidente da Venezuela.
A declaração de González vem em resposta ao resultado controverso das eleições realizadas em 28 de julho, que já geravam debates acirrados desde o dia da votação.
Edmundo González é presidente “simbólico”
González e María Corina Machado, líderes da oposição, anunciaram a autoproclamação em um comunicado conjunto, destacando a “avalanche eleitoral” que, segundo eles, garantiu a vitória de González.
“Nós vencemos esta eleição sem qualquer discussão. Foi uma avalanche eleitoral, cheia de energia e com uma organização cidadã admirável, pacífica, democrática e com resultados irreversíveis. Agora, cabe a todos nós fazer respeitar a voz do povo. Procede-se, de imediato, à proclamação de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da República”, afirmaram.
É importante notar que a autoproclamação de González tem caráter simbólico, uma vez que, de acordo com a legislação venezuelana, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) é a única entidade com autoridade legal para proclamar um novo presidente.
Na semana passada, o CNE declarou Nicolás Maduro vencedor das eleições com 51,95% dos votos, enquanto González recebeu 43,18%, de acordo com os números divulgados até a última sexta-feira, 2 de agosto. O presidente do CNE é um conhecido aliado de Maduro.
Reeleição de Maduro não tem reconhecimento internacional
A oposição e a comunidade internacional contestam vigorosamente os resultados anunciados pelo CNE. Diversos países, observadores internacionais, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União Europeia expressaram dúvidas quanto à transparência e integridade da eleição, exigindo a divulgação completa das atas eleitorais. O Centro Carter, uma ONG especializada em observação de eleições, afirmou que a eleição não pode ser considerada democrática.
A autoproclamação de Edmundo González ocorre em um momento de tensão internacional, com alguns países, liderados pelos Estados Unidos, reconhecendo sua vitória. Uma contagem paralela realizada pela oposição sugere que González teria vencido com 67% dos votos, em contraste com os 30% atribuídos a Maduro.