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Desde 2022, o Congresso Nacional direcionou R$ 35,6 milhões em emendas parlamentares para as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), ligadas pela histórica ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que desabou no dia 22 de janeiro.
A verba foi empregada em diversas finalidades, como a construção de um abatedouro e para a realização de shows de artistas sertanejos, mas não houve destinação de recursos para reparos na ponte, cuja queda resultou na morte de 17 pessoas e deixou uma outra ferida.
Verba destinada a shows e outras obras, mas não à manutenção da ponte
Enquanto os recursos foram usados para financiar ao menos 11 shows em Aguiarnópolis, com um gasto total de R$ 1,2 milhão, a estrutura da ponte, que já apresentava sinais de danos graves, foi negligenciada. Em 2020, um relatório do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) havia identificado sérios problemas na estrutura da ponte.
Apesar disso, as emendas parlamentares não contemplaram o reparo da ponte, com a verba sendo direcionada para outras prioridades, como festividades. O evento de aniversário de Aguiarnópolis, por exemplo, consumiu R$ 753 mil em cachês para artistas.
O histórico da ponte e os custos para sua reconstrução
A ponte Juscelino Kubitschek, inaugurada em 1958, foi por muitos anos um marco de engenharia, com 533 metros de extensão e o maior vão do tipo no mundo na época. No entanto, a última vez que passou por reparos foi entre 1998 e 2000, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Desde então, a ponte sofreu com a falta de manutenção contínua. Agora, com o colapso da estrutura, o Ministério dos Transportes e o Dnit estimam que a reconstrução da ponte custará entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões e deve ser concluída em até um ano.