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Durante o fórum internacional do grupo Esfera, realizado em Roma na última sexta-feira (11), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, trouxe à tona a possibilidade de renovação da concessão da Enel, a distribuidora italiana que opera em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.
Enquanto discutia a importância da Enel no contexto energético brasileiro, uma crise de abastecimento atingia São Paulo naquela noite. Horas após suas declarações, a Grande São Paulo enfrentou fortes chuvas e ventos que provocaram apagões em diversas áreas, exacerbando a insatisfação popular.
Jogo de empurra entre governo de SP e ministro sobre a Enel
No dia seguinte, o clima mudou drasticamente. O ministro adotou uma postura crítica, citando “falhas” da Enel e protocolando um ofício à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) exigindo ação rápida da distribuidora.
A crise energética, que deixou cerca de 760 mil pessoas sem eletricidade na capital e região metropolitana até o domingo (13), gerou um intenso debate político.
As redes sociais foram palco de um verdadeiro “jogo de empurra” entre líderes políticos, especialmente no contexto da disputa do 2º turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo, onde o candidato do Psol, Guilherme Boulos, se confronta com o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).
A situação se complicou ainda mais com a troca de acusações entre Alexandre Silveira e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre quem detém a responsabilidade pela gestão da concessão da Enel.
Em um momento em que a população clama por soluções, as lideranças políticas parecem mais preocupadas em se isentar de responsabilidades do que em buscar respostas efetivas para a crise.