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A fabricante sueca de aeronaves Saab anunciou que está colaborando com uma investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos sobre a compra de 36 caças Gripen pelo Brasil, um contrato de aproximadamente US$ 4,5 bilhões.
A revelação, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, indica que a transação, realizada em 2014, está sob escrutínio em meio a preocupações sobre possíveis irregularidades.
Histórico da compra e acusações contra Lula e Lewandowski
O processo de aquisição dos caças Gripen teve início com a publicação do edital em 2006, durante a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva. Na concorrência, além da Saab, participaram a Boeing, dos EUA, e a Dassault, da França. A seleção foi concluída apenas em 2014, já sob o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
A negociação foi marcada por controvérsias, incluindo uma ação penal contra Lula, arquivada em fevereiro de 2023 pelo então ministro do STF, Ricardo Lewandowski.
As suspeitas em torno do contrato remontam a investigações da Operação Zelotes, que começou em 2015 com o foco em irregularidades no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e, posteriormente, se expandiu para incluir alegações de tráfico de influência.
Na época, o Ministério Público Federal levantou questões sobre a venda de uma medida provisória que beneficiou a Saab, levantando suspeitas sobre as motivações por trás da contratação.
A convocação da Saab pelos EUA sinaliza que as investigações podem ter repercussões significativas, não apenas para a fabricante, mas também para a reputação das autoridades brasileiras envolvidas no processo de compra.