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O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, fez duras críticas à condução do inquérito que investiga os eventos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, destacando a atuação do atual ministro Alexandre de Moraes.
Durante entrevista à CNN na segunda-feira (25), Marco Aurélio, que deixou o STF compulsoriamente em 2021, questionou a competência da Corte para julgar cidadãos comuns, como os acusados nos atos de vandalismo que ocorreram no início de 2023.
O ex-ministro expressou perplexidade com o fato de que pessoas envolvidas em crimes comuns, estão sendo processadas pelo STF. Marco Aurélio afirmou que, em sua visão, o tribunal não deveria ser o responsável por julgar cidadãos que não possuem prerrogativa especial, como membros de autoridades públicas.
Imparcialidade e o caso Alexandre de Moraes
O ex-ministro também apontou uma possível falta de imparcialidade por parte de Alexandre de Moraes, caso ele continue à frente de processos nos quais seja vítima. Marco Aurélio enfatizou que a prática de julgar processos nos quais o magistrado tenha envolvimento direto, especialmente como vítima, poderia comprometer a integridade da decisão.
“De início, ele não deveria julgar o processo. Moraes seria vítima, e a vítima não instrui e não deveria julgar, mas vamos aguardar”, completou Marco Aurélio.
O comentário gerou reações no cenário político e jurídico, com a sociedade acompanhando de perto os desdobramentos de um dos maiores inquéritos já conduzidos pelo Supremo Tribunal Federal, o qual está no centro de um debate sobre os limites e as prerrogativas da Justiça brasileira.