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Um relatório sobre um acordo de cooperação internacional entre estatais brasileiras e a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) revelou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva gastou R$ 83,4 milhões com dois grandes eventos no segundo semestre de 2024: a cúpula do G-20 e o festival de música intitulado ‘Janjapalooza’. Ambos os eventos ocorreram no Rio de Janeiro, e geraram controvérsias sobre o uso de recursos públicos.
O festival, que foi apelidado de “Janjapalooza”, aconteceu antes da cúpula internacional e foi criticado por opositores como uma tentativa de promover a imagem da primeira-dama Janja da Silva.
Durante o evento, Janja também foi envolvida em um episódio polêmico, no qual xingou publicamente o empresário Elon Musk. O encontro entre líderes mundiais teve como foco principal o combate à fome e a transição energética.
Participação das estatais no ‘Janjapalooza’ e eventos do governo
O acordo que gerou os gastos contou com a colaboração de quatro grandes estatais brasileiras: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES e Petrobras. Cada uma das empresas foi responsável por até R$ 18,5 milhões do orçamento total de R$ 74 milhões, segundo documentos revelados por uma reportagem especial do jornal O Estado de S. Paulo.
O BNDES informou que, embora tenha apoiado a cúpula do G-20, não contribuiu financeiramente para o festival. A Petrobras, por outro lado, declarou que destinou R$ 12,9 milhões ao evento.
Enquanto o acordo de cooperação foi assinado por estas estatais, a Itaipu Binacional, que também é uma empresa pública, não fez parte do financiamento e, no entanto, doou mais de R$ 15 milhões ao evento. Além disso, o uso de recursos públicos para eventos de cunho político e partidário, como alegaram críticos, gerou uma série de discussões, especialmente sobre o direcionamento dos recursos para um festival promovido por figuras associadas ao PT.
Com a exclusividade das estatais brasileiras financiando uma grande parte dos custos, o episódio gerou tensão no cenário político, uma vez que o evento ficou marcado pelo apoio irrestrito a artistas que tradicionalmente apoiam o partido do presidente e da primeira-dama.