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O governo federal lançou o Programa Nacional de Comitês de Cultura (PNCC), destinado a promover a cultura em todo o Brasil.
Entretanto, a iniciativa tem gerado controvérsias, especialmente em relação ao financiamento de organizações não governamentais (ONGs) ligadas a assessores do Ministério da Cultura e a militantes do Partido dos Trabalhadores (PT).
R$ 58,8 milhões da para militantes do PT
Com um investimento total de R$ 58,8 milhões ao longo de dois anos, os comitês de cultura, criados sob a liderança da ministra Margareth Menezes, prometem fomentar diversas atividades culturais nos 27 estados do país.
Contudo, o que deveria ser um programa voltado para o fortalecimento cultural nacional se transforma em um campo de disputas políticas e questionamentos éticos.
Entre os beneficiados, destaca-se um empresário do Mato Grosso que está sob investigação por supostos vínculos com uma quadrilha acusada de crimes como peculato e lavagem de dinheiro.
O empresário foi alvo da Operação Pão e Circo, que apura desvios significativos de recursos no setor cultural do estado, levantando sérias preocupações sobre a integridade do processo de seleção das ONGs.
A seleção das entidades contempladas foi realizada sob a alegação de que foram levadas em conta a capacidade técnica e a qualificação profissional dos candidatos.
O ministério defende que não houve conflitos de interesse, embora a presença de militantes do PT entre os beneficiários suscite desconfiança.
Além disso, os primeiros repasses foram feitos em um período próximo ao início da campanha eleitoral, o que levanta questões sobre a utilização dos recursos públicos em prol de interesses partidários.
Um dos principais contemplados é um pré-candidato a vereador que, em um evento oficial, recebeu a ministra para o lançamento do comitê, utilizando a ocasião para promover sua campanha. Essa intersecção entre atividade pública e interesses eleitorais destaca a necessidade de uma análise mais rigorosa das práticas administrativas do governo.