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O governo Lula anunciou que a alta nos preços dos alimentos tem como causa as queimadas em diversas regiões do Brasil, comprometendo áreas agrícolas e pecuárias essenciais.
Em agosto, um levantamento revelou que 963 municípios relataram que pelo menos 80% de suas áreas agropecuárias estão potencialmente afetadas, indicando uma crise que pode ter consequências severas para o abastecimento no país.
Queda na produção e aumento de preços dos alimentos por conta das queimadas
O IBGE projetou que a colheita de cereais, leguminosas e oleaginosas para agosto de 2024 será de 296,4 milhões de toneladas, representando uma queda de 6,0% em relação ao ano anterior. Além disso, houve uma redução de 0,6% na produção em comparação com julho, sinalizando que a escassez de produtos está pressionando os preços para cima. Essa situação resulta em um descompasso entre oferta e demanda, levando os consumidores a pagarem mais por itens básicos.
A instabilidade climática é um fator crítico que afeta diretamente o setor agrícola e, consequentemente, a inflação. Fenômenos extremos, como secas e chuvas intensas, têm se tornado mais frequentes, exacerbando a inflação causada por choques na oferta. Ajustes nas taxas de juros, por si só, são insuficientes para conter essa inflação, uma vez que a escassez de produtos eleva os preços de forma acelerada.
As expectativas de inflação para este ano já foram revistas em função do aumento nos preços dos alimentos. Após os danos causados pelas chuvas no Sul do Brasil, a previsão para a inflação alimentar passou de quase 5% para uma expectativa mais modesta, em torno de 3%. Com a seca se agravando, o aumento nos preços dos alimentos pode alcançar cerca de 4,5%.