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Apesar das promessas feitas durante a campanha de 2022, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aumentou os gastos ocultos com o cartão corporativo e manteve os sigilos de 100 anos em dados do governo nos dois primeiros anos de seu mandato.
A administração petista argumenta que os sigilos prolongados de 100 anos são necessários para garantir a segurança do governo.
De acordo com dados obtidos pelo GLOBO, entre 1º de janeiro de 2023 e 20 de dezembro de 2024, o governo de Lula negou 3.210 pedidos de informações via Lei de Acesso à Informação (LAI), alegando que os dados solicitados eram pessoais, o que implicou em sigilo de 100 anos. Esse número representa um aumento de 8,4% em relação ao mesmo período durante a gestão de Bolsonaro, quando 2.959 pedidos foram negados com o mesmo fundamento.
Porém, em termos proporcionais, houve uma leve queda no percentual de pedidos negados. No governo Bolsonaro, os pedidos com sigilo de 100 anos representaram 18,08% do total, enquanto no governo atual esse índice caiu para 16,5%. Apesar disso, a prática de impor sigilos longos continua sendo uma característica marcante da administração de Lula.
Embora tenha se comprometido a não seguir a prática de sigilos de 100 anos, o governo Lula ainda não conseguiu implementar uma mudança efetiva nesse sentido. Em vez disso, continua a adotar políticas de sigilo prolongado e mantém os gastos secretos, o que tem gerado críticas de setores da sociedade que defendem maior transparência nas ações do governo.