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Os adiamentos sucessivos do pacote fiscal do governo têm gerado desgaste na imagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad junto ao mercado financeiro.
A demora na definição das medidas tem evidenciado as dificuldades políticas para a implementação de um plano robusto, o que aumentou as expectativas do mercado e elevou a pressão por ações concretas.
Pressões do mercado financeiro por uma posição de Haddad
De acordo com especialistas e agentes financeiros, o ministro Haddad tem ficado “sangrando” entre a cobrança por medidas fiscais eficazes e a necessidade de convencer seus colegas de governo, o que tem dificultado a articulação de um pacote que satisfaça todas as partes.
Esse processo de discussão tem deixado a imagem do ministro exposta, passando a impressão de que ele está perdendo força e autoridade, principalmente diante do empresariado e da sociedade em geral.
Agora, o mercado aguarda com grande expectativa os detalhes do pacote fiscal, principalmente a composição das medidas e o foco em ações que envolvem mudanças significativas nos gastos obrigatórios, como saúde, educação e salários mínimos. Porém, há receio de que o plano inclua iniciativas de difícil avanço político, o que poderia gerar uma reação negativa tanto por parte dos empresários quanto dos agentes financeiros.
Dentre os pontos de maior preocupação, destaca-se a redução de desonerações tributárias. Estimadas em R$ 486 bilhões (aproximadamente 4,23% do PIB), essas desonerações atravessam os governos sem mudanças significativas, o que coloca em questão a eficácia das medidas propostas, principalmente se não houver uma abordagem mais concreta e viável politicamente.