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A recente declaração de Janja da Silva, primeira-dama do Brasil, ao criticar a presença de alguns ex-presidentes na galeria do Palácio do Planalto, não passou despercebida.
Durante uma visita à reaberta galeria dos ex-presidentes, Janja fez comentários sobre a breve passagem de Paschoal Ranieri Mazzilli pela Presidência, questionando sua inclusão no espaço destinado a homenagear os líderes do país.
Em tom de brincadeira, ela afirmou que Mazzilli “não merecia estar lá”, além de sugerir que outros ex-presidentes também não deveriam figurar na galeria.
Falta de respeito de Janja com a história institucional do Brasil
Embora tenha sido uma fala descontraída, a postura de Janja revela uma visão rasa e desrespeitosa sobre a história política brasileira. Ao desqualificar a presença de Mazzilli, que ocupou a Presidência por um curto período de 13 dias em 1964, ela esquece de considerar o contexto político e institucional da época.
Mazzilli assumiu o cargo após o golpe militar que depôs o presidente João Goulart, um episódio que, por mais controverso que seja, foi um marco na história do país. Questionar sua presença na galeria sem o devido respeito pela complexidade histórica de sua atuação é, no mínimo, um erro de interpretação dos fatos.
Além disso, ao estender essa crítica a outros ex-presidentes, Janja parece ignorar que o cargo de presidente da República é uma função que transcende o tempo de exercício do mandato. Todos os presidentes, independentemente de sua duração no cargo, tiveram papel relevante em sua época, e merecem o reconhecimento de sua contribuição ao processo político do Brasil.