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A Usina Hidrelétrica de Itaipu, uma das maiores do mundo, deverá finalizar o ano de 2024 com uma dívida estimada em R$ 333 milhões, conforme documento publicado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Este rombo financeiro, que tem gerado preocupações no setor elétrico, pode ser parcialmente explicado por uma gestão financeira considerada controversa por alguns especialistas.
De acordo com fontes do setor, parte dos custos elevados estaria vinculada a um “orçamento paralelo”, utilizado para financiar eventos e ações que não estão diretamente relacionadas à operação e manutenção da geração de energia.
Uso da Itaipu em eventos do governo e no “Janjapalooza”
Uma das questões mais debatidas é a destinação de recursos para eventos não ligados à produção de energia. Itaipu, sendo uma empresa binacional, controlada pelo Brasil e Paraguai, não é sujeita à mesma fiscalização rigorosa que outras entidades públicas brasileiras, como o Tribunal de Contas da União (TCU) ou o Congresso Nacional.
Esse “orçamento paralelo” tem gerado controvérsias, especialmente em relação ao patrocínio de eventos promovidos por entes públicos, como o “Janjapalooza”, evento que antecedeu a cúpula do G20 em 2024. O evento contou com o apoio financeiro de Itaipu e outras estatais, como Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal e Petrobras.
A primeira-dama Janja Lula da Silva tem exercido forte influência sobre a administração da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Com uma longa trajetória na empresa, onde trabalhou por cerca de 14 anos, Janja tem atuado diretamente para que a hidrelétrica financie diversos eventos e iniciativas culturais e esportivas.
Em suas declarações, Janja enfatizou que a hidrelétrica tem um papel essencial na reconstrução do Brasil, citando a relevância de Itaipu para iniciativas sociais e sustentáveis. No entanto, a gestão financeira de Itaipu e os investimentos fora do setor energético continuam a ser um ponto de discussão e análise para especialistas e a sociedade.