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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em coletiva de imprensa na quarta-feira (25), que não vê contradição entre sua defesa de pautas ambientais nas Nações Unidas e o encontro que teve, fora da agenda, com o CEO da Shell, Wael Sawan, em Nova York.
Para Lula, a realidade atual do mercado energético ainda não permite uma transição completa para fontes renováveis, o que justifica a colaboração com empresas tradicionais como a Shell.
“Eu recebi um empresário de uma companhia que está simplesmente há 100 anos no Brasil”, comentou, enfatizando que a empresa já estava no país 22 anos antes de seu nascimento. Ele ressaltou que a Shell tem contribuído para a política energética brasileira, justificando a necessidade de dialogar com a multinacional.
Desconforto no governo com a reunião entre Lula e Shell
Embora o encontro não estivesse na agenda oficial do presidente, sua realização gerou desconforto entre membros do governo, pois contrasta com as mensagens sobre transição energética e redução das emissões de carbono defendidas por Lula na ONU.
A Shell está interessada em explorar petróleo na Margem Equatorial, uma área que gera polêmica devido a riscos ambientais e disputas internas entre a Petrobras e órgãos ambientais.
O presidente reafirmou que a autorização para que a Shell atue na Margem Equatorial depende do governo brasileiro, enfatizando que, até o momento, a transição para energias limpas não é viável de forma total.