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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, surpreendeu o país ao decretar que as celebrações de Natal começarão no próximo dia 1º de outubro, antecipando a data tradicional.
O anúncio foi feito durante a exibição de um programa de auditório que ele mesmo apresenta semanalmente. Em um tom festivo, Maduro explicou que a decisão foi motivada pelo clima natalino que, segundo ele, já está presente desde setembro.
“Está chegando em setembro e se diz: ‘Setembro já cheira a Natal’”, afirmou à plateia. “E por isso, este ano, em homenagem a vocês, em agradecimento a vocês, vou decretar o adiantamento do Natal para 1º de outubro. Começa o Natal em 1º de outubro para todos e todas. Chegou o Natal com paz, felicidade e segurança.”
Maduro muda data do Natal em meio a fraude eleitoral
A decisão ocorre em um momento de tensão política no país, após as controversas eleições presidenciais de 28 de julho, nas quais a reeleição de Maduro foi amplamente questionada pela oposição e pela comunidade internacional.
Muitos consideram o adiantamento do Natal uma estratégia para desviar a atenção das críticas e da pressão sobre a legitimidade do processo eleitoral. O professor Vitelio Brustolin, da Universidade de Harvard, descreveu a medida como uma “cortina de fumaça para a fraude eleitoral”.
Além disso, em meio aos protestos e à pressão internacional, a Procuradoria venezuelana, que apoia o regime de Maduro, solicitou a prisão do candidato oposicionista Edmundo González.
González reivindica a vitória nas eleições e exige a divulgação das atas das urnas. O pedido foi prontamente aceito pela Justiça, que também é vista como alinhada ao regime de Maduro, intensificando ainda mais o clima de crise política no país.