A Controladoria-Geral da União (CGU) encaminhou à Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República uma série de denúncias envolvendo a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, que relatam supostos casos de assédio moral.
As acusações, feitas por servidoras do Ministério das Mulheres, incluem ameaças de demissão, cobranças de trabalho em curto prazo, tratamento hostil, manifestações de preconceito e gritos. As denúncias foram registradas por meio de gravações e estão anexadas ao processo encaminhado à CEP.
Ministra das Mulheres recebeu denúncias de servidoras
Segundo as servidoras, os problemas começaram após um desentendimento entre a ministra e a então secretária nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política, Carmen Foro. A secretária foi exonerada em 9 de agosto do ano passado, com a ministra alegando que ela não era uma “boa gestora”. Três dias depois, Cida Gonçalves convocou uma reunião com cerca de 30 servidores, onde, segundo as denúncias, foram feitas declarações que poderiam ser interpretadas como ameaças.
Uma das frases citadas pelas servidoras no processo foi: “aqui tem hierarquia. Eu não posso afrontar o presidente, e nenhuma secretária pode me afrontar. Pode discordar, é diferente. […] Se vocês acham que eu não sei o que acontece nos corredores, eu sei. Cara, eu sei de tudo!”. Estas palavras foram registradas como exemplos de comportamento considerado intimidatório e hostil por parte da ministra.
O que diz o governo sobre as acusações
O Ministério das Mulheres, por sua vez, afirmou que nenhuma das acusações foi registrada formalmente nos canais de denúncia da Corregedoria da pasta e que não havia sido notificado sobre denúncias feitas em outros órgãos. Em nota, o ministério reforçou seu compromisso com a luta contra discriminação e garantiu que dará andamento a qualquer denúncia formalizada nos canais apropriados, prestando apoio a investigações externas que possam ser instauradas.
A Comissão de Ética Pública da Presidência, quando questionada sobre o andamento do processo, respondeu que os processos tramitam em sigilo até o julgamento final e, portanto, não podem divulgar informações detalhadas sobre o caso.
Além disso, outras três pessoas que ocupam cargos de chefia no Ministério das Mulheres também foram mencionadas nas denúncias, mas a CGU informou que, quanto a essas figuras, as alegações não apresentaram elementos suficientes para indiciar infrações disciplinares, o que resultou no arquivamento da parte do processo relacionada a esses indivíduos.