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Em uma decisão recente, a Justiça absolveu os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que participaram da invasão, vandalismo e saque a uma fazenda da Cutrale em Borebi, cidade localizada na região de Lençóis Paulista, no interior de São Paulo.
O incidente, que ocorreu em outubro de 2009, gerou grande repercussão à época, com imagens chocantes de destruição e roubo amplamente divulgadas.
A invasão e o saque do MST: os danos e a ação criminosa
Naquela ocasião, os invasores destruíram milhares de pés de laranja usando um trator e roubaram diversos itens da fazenda, incluindo câmeras fotográficas, eletrodomésticos, eletrônicos, roupas, calçados e até 12 mil litros de óleo diesel. Além disso, documentos, ferramentas, fertilizantes e outros produtos foram levados.
Durante a invasão, os membros do MST estavam armados e ameaçaram tanto os seguranças quanto os funcionários da fazenda, utilizando mulheres e crianças como escudos humanos para dificultar a ação policial.
Decisão judicial: comprovação dos crimes, mas sem autoria identificada
Apesar de os crimes terem sido comprovados, a juíza Natasha Gabriella Azevedo Motta, da 1ª Vara de Lençóis Paulista, não conseguiu identificar a autoria das ações criminosas. Segundo a magistrada, embora os relatos e evidências apontassem para uma prática criminosa que gerou indignação em todo o Brasil, a falta de provas concretas sobre quem foram os responsáveis pela execução dos crimes impediu que os acusados fossem condenados.
Em sua sentença, a juíza afirmou que a situação foi lamentável, mas a legislação não permitiu o julgamento de forma conclusiva.
A decisão gerou reações mistas, especialmente considerando a gravidade dos crimes, o uso de mulheres e crianças no confronto com a Polícia Militar, e o extenso número de itens roubados. Embora a sentença tenha absolvido os 21 integrantes do MST acusados, o caso continua a ser um marco na discussão sobre a atuação do movimento e os limites da justiça em situações tão complexas.