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Seis pacientes no Rio de Janeiro foram diagnosticados com HIV após receberem órgãos transplantados, gerando uma onda de preocupação na comunidade médica e entre os órgãos de saúde.
A informação, confirmada pela Secretaria Estadual de Saúde, revela sérias falhas no processo de triagem e monitoramento dos doadores.
A revelação sobre a contaminação ocorreu após um dos pacientes transplantados começar a apresentar sintomas neurológicos. Exames realizados no laboratório PCS, em Nova Iguaçu, levantaram a suspeita de que os órgãos doados por um indivíduo estavam infectados.
A análise inicial não só confirmou o caso isolado, mas também evidenciou a infecção em outros pacientes que receberam órgãos do mesmo doador.
Investigação em curso e medidas de segurança contra o HIV
A Anvisa, ao inspecionar o laboratório PCS, encontrou irregularidades alarmantes. A unidade não possuía os kits necessários para a realização de exames de sangue e não apresentou documentação que comprovasse a compra dos itens, o que levou à suspeita de resultados fraudulentos.
Em resposta, a Secretaria de Saúde declarou o caso como inadmissível e suspendeu os serviços do laboratório, que foi interditado cautelarmente.
Além de criar uma comissão multidisciplinar para apoiar os pacientes afetados, a Secretaria está realizando um rastreamento minucioso de todas as amostras de sangue dos doadores desde dezembro do ano passado. Uma sindicância também foi instaurada para investigar e punir os responsáveis pelo erro.
Essa situação é inédita no Brasil, que tem uma longa história de transplantes, iniciando em 1968 e, apenas no primeiro semestre deste ano, já havia realizado mais de 14 mil procedimentos pelo Sistema Único de Saúde.
A comunidade médica e os especialistas em saúde estão em alerta, ressaltando a necessidade de um sistema robusto de monitoramento e segurança para proteger os pacientes que dependem de transplantes.