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As recentes eleições 2024 revelaram uma queda significativa no desempenho do PSDB, refletindo decisões equivocadas dos últimos anos, segundo o presidente do partido, Marconi Perillo.
Com uma redução quase pela metade no número de prefeitos eleitos, de 532 em 2020 para apenas 272 em 2024, Perillo acredita que a estratégia adotada pelo PSDB contribuiu para esse resultado insatisfatório.
“Batemos no Bolsonaro e esquecemos o PT”
Em um cenário de polarização política entre lulopetismo e bolsonarismo, Perillo apontou como um dos principais erros a escolha de concentrar os ataques em Jair Bolsonaro, especialmente em São Paulo.
“A gente começou a bater só em Bolsonaro e deixamos de bater no PT, que é nosso adversário histórico. Isso incomodou muito nosso eleitor, que então migrou para o bolsonarismo de vez, achando que estávamos fazendo o jogo do PT”, afirmou. Essa estratégia, segundo ele, resultou na perda do eleitorado conservador tradicional do partido.
Outro fator que contribuiu para a queda do PSDB foi a decisão de não lançar uma candidatura própria em 2022. A escolha do ex-governador de São Paulo, João Doria, como candidato presidencial nas prévias foi seguida por uma desistência, levando o partido a apoiar Simone Tebet. Essa sequência de eventos resultou em uma diminuição drástica na representação do PSDB no Congresso, reduzindo a sigla a apenas 13 deputados federais e um senador.
Enquanto o partido enfrenta dificuldades em São Paulo, onde a candidatura a prefeito de José Luiz Datena não obteve o resultado esperado, com apenas 1,84% dos votos, o partido conseguiu registrar vitórias em outros estados, como Pernambuco, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Essa disparidade ilustra os desafios regionais que o PSDB precisa superar.
O caminho a seguir do PSDB nas próximas eleições
Perillo ressaltou que a ressaca das eleições está sendo usada como uma oportunidade para reavaliar e planejar o futuro do partido. “Estamos voltando ao planejamento no diretório nacional tucano”, afirmou.
O PSDB está considerando a atração de novas lideranças para as eleições de 2026 e realizando reuniões para discutir uma possível fusão com outras siglas, além de expandir a federação com o Cidadania.
“Vamos avaliar o que é melhor para o conjunto de partidos menores. Buscaremos, em decisão com o Cidadania, aumentar nossa federação, vamos avaliar se dá para fazer fusão ou se não dá. Isso tudo está no radar”, finalizou Perillo, mencionando discussões com partidos como Solidariedade, PDT e Podemos.