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O programa Pé-de-Meia, tem apresentado números estranhos em algumas cidades do Brasil. Em pelo menos três municípios de Minas Gerais, Bahia e Pará, o número de beneficiários do programa ultrapassa o total de estudantes matriculados na rede pública de ensino, gerando dúvidas sobre a eficácia e o controle do programa.
Beneficiários do Programa Pé-de-Meia superam estudantes matriculados
De acordo com levantamento realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo, algumas cidades apresentam uma discrepância preocupante entre o número de beneficiários e de estudantes matriculados. Em Natalândia, no Noroeste de Minas Gerais, por exemplo, 326 pessoas recebem o benefício do Pé-de-Meia, enquanto a única escola estadual do município registra apenas 317 alunos matriculados no Ensino Médio. No entanto, dados do Ministério da Educação (MEC) indicam um número maior, de 600 estudantes matriculados.
Em Riacho de Santana, na Bahia, a situação é ainda mais discrepante. A cidade conta com 1.231 beneficiários do programa, enquanto a única escola pública local tem 1.024 alunos matriculados. Além disso, a Secretaria de Educação do Estado da Bahia informa que a cidade tem 1.677 estudantes, o que intensifica a disparidade entre o número de beneficiários e de matriculados.
Programa pode estar beneficiando quem não cumpre requisitos
O Pé-de-Meia, criado para ajudar estudantes de baixa renda, é destinado a alunos matriculados na rede pública, com renda familiar de até meio salário mínimo por pessoa e frequência mínima de 80% nas aulas. No entanto, o levantamento aponta que há beneficiários que ainda recebem o auxílio, mesmo estando acima do limite de renda estabelecido pelo programa.
Além disso, a pesquisa revelou que em pelo menos 15 cidades de cinco Estados, o número de beneficiários do Pé-de-Meia supera 90% do total de alunos matriculados, o que levanta questões sobre a implementação e os critérios de controle do programa.