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As eleições municipais no Nordeste apresentam um cenário preocupante para o Partido dos Trabalhadores (PT) e suas coligações.
Com exceção do Recife, o PT não lidera as corridas para as prefeituras de nenhuma capital da região, refletindo uma mudança significativa em um território historicamente considerado um bastião petista.
Cenários do PT no Nordeste
Em João Pessoa e Natal, os candidatos do PT, Luciano Cartaxo e Natália Bonavides, respectivamente, ocupam a terceira posição nas intenções de voto, empatados numericamente com os segundos colocados.
Em cidades como Salvador e São Luís, a situação é ainda mais desafiadora, com os candidatos petistas enfrentando margens amplas em relação aos líderes das pesquisas. Em Salvador, Bruno Reis (União) detém 74% das intenções de voto, enquanto em São Luís, Eduardo Braide alcança 60%, deixando Duarte Júnior (PSB) com apenas 21%.
A situação em Teresina, onde o PT esperava uma vitória mais tranquila, mostra um empate técnico entre Fábio Novo (PT) e Silvio Mendes (União), com o primeiro com 40% e o segundo com 44% das intenções de voto. Este desvio do esperado acende um alerta sobre a ascensão das candidaturas de direita na região.
Descompasso entre Lula e as Campanhas Municipais
O cenário se complica ainda mais com a falta de envolvimento de Lula nas campanhas locais. Antes do início das disputas, o presidente havia sinalizado que se concentraria em palanques mais competitivos e prometeu mobilizar esforços contra candidatos bolsonaristas.
No entanto, a duas semanas do primeiro turno, sua participação tem sido abaixo do esperado pelos candidatos, o que pode ter consequências diretas nas eleições e na estratégia do PT para 2026.
O avanço da direita no Nordeste, uma região crucial para a vitória de Lula em 2022, pode representar um desafio significativo para o partido e suas perspectivas futuras. A atenção agora se volta para como o PT responderá a essa nova realidade política e quais estratégias serão adotadas para recuperar a confiança do eleitorado.