A partir deste sábado, 27 de julho, as gigantes do comércio eletrônico AliExpress e Shopee começarão a repassar uma nova “Taxa das blusinhas” de 20% sobre compras de até US$ 50, enquanto a Shein seguirá com a implementação da mesma taxa a partir de 1º de agosto.
Esta mudança vem na esteira da suspensão da isenção fiscal sobre compras internacionais, que se deu por meio do Projeto Mover (PL 914/24). Apesar do objetivo declarado de incentivar a produção de itens menos poluentes, a medida apresenta um custo significativo que recairá diretamente sobre os consumidores brasileiros, especialmente aqueles de baixa renda.
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A “taxa das blusinhas” intensifica o impacto econômico para os consumidores mais vulneráveis
Imagem: Pixabay – A carga fiscal já existente sobre os brasileiros, combinada com a nova taxa, cria um cenário, prejudicando a qualidade de vida e limitando suas opções de consumo
O Projeto Mover, ao buscar a redução da poluição, traz consigo um preço que o governo optou por não cortar de suas próprias despesas, mas sim transferir para o bolso do consumidor.
Com um custo estimado em mais de R$ 19 bilhões ao longo de cinco anos, a escolha foi clara: a isenção fiscal que permitia a compra de produtos internacionais a preços mais acessíveis chegou ao fim, e o ônus recaiu sobre aqueles que mais dependem dessas oportunidades.
Para os brasileiros de baixa renda, que frequentemente recorrem a plataformas como AliExpress e Shopee para adquirir produtos a preços mais baixos, a nova taxa de 20% representa um impacto financeiro considerável.
Essas plataformas foram uma válvula de escape para o consumo de produtos de qualidade e variedade, muitas vezes inacessíveis através dos canais tradicionais de compras locais. A introdução da nova taxa não apenas eleva o custo dessas “comprinhas” internacionais, mas também contribui para o aumento da carga tributária já suportada pelos consumidores brasileiros.
A medida acarreta uma série de desvantagens, principalmente para os mais vulneráveis economicamente. O aumento no custo das compras internacionais vai corroer o poder de compra dos consumidores de baixa renda, que já enfrentam um orçamento apertado e lutam para lidar com o custo de vida crescente.
Para esses consumidores, a possibilidade de adquirir produtos a preços mais acessíveis era uma oportunidade importante, e a nova taxa representa uma barreira adicional ao acesso a bens que se tornaram uma parte essencial de suas vidas.
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Além disso, a decisão de repassar o custo para o consumidor em vez de buscar alternativas de redução de despesas governamentais pode exacerbar ainda mais as desigualdades.
A carga fiscal já existente sobre os brasileiros, combinada com a nova taxa, cria um cenário onde aqueles que menos podem pagar acabam arcando com um custo adicional, prejudicando a qualidade de vida e limitando suas opções de consumo.
A escolha de transferir esse custo para o bolso dos brasileiros, em vez de buscar medidas alternativas de economia, torna a situação ainda mais difícil para aqueles que já enfrentam desafios econômicos significativos.